Há algo sagrado nas primeiras horas da manhã. Um intervalo entre o que fomos e o que ainda podemos ser. Um instante suspenso, onde o mundo parece respirar mais devagar, como se aguardasse em silêncio a próxima cena.
Sempre tive essa sensação: a de que o amanhecer carrega segredos que só pertencem a quem está disposto a escutá-los. O céu hesita entre tons de azul e dourado, as ruas despertam sem pressa, e, por um breve momento, há uma paz que só existe antes que o dia nasça por completo.
Cartas ao Amanhecer é um espaço de respiros, de entrelinhas, de tudo aquilo que se escreve quando o mundo ainda não exige pressa. Aqui, as palavras não precisam correr – elas podem caminhar ao ritmo do vento, se espalhar como o cheiro do café ou pousar suavemente, feito luz entrando por uma janela entreaberta.
Não sei ao certo quantas cartas escreverei, nem se todas encontrarão um destinatário. Mas sei que algumas delas, inevitavelmente, chegarão até você. Porque há sentimentos que não se perdem, há palavras que atravessam distâncias, e há amanheceres que existem dentro de cada um de nós.
Que estas cartas encontrem você em sua própria manhã.
